Analistas comentam sobre a alta do bitcoin hoje
O Bitcoin começou a semana com uma boa notícia, superando a marca de US$ 109 mil. Essa alta de cerca de 1% trouxe um certo entusiasmo entre os investidores, mas também gerou uma pergunta importante: será que devemos manter a esperança em relação a essa criptomoeda ou isso é apenas um movimento passageiro?
Na segunda-feira (01/09), o preço do BTC alcançou US$ 109.800, após ter se recuperado de uma baixa recente de US$ 107.444,44. Embora o avanço tenha animado muitos, analistas alertam que os vendedores (“ursos”) continuam ativos e podem dificultar qualquer tentativa de ultrapassar a barreira psicológica dos US$ 110 mil.
Suporte técnico que manteve a alta do BTC
Mike Ermolaev, um analista e fundador da Outset PR, destacou que a defesa do suporte crítico em US$ 100 mil foi fundamental para evitar liquidações em massa e possibilitar essa recuperação. Ele comentou que esse nível atuou como uma proteção, reduzindo o risco para traders com posições alavancadas.
Embora a situação atual apresente algum alívio, os sinais técnicos ainda estão mistos. O Índice de Força Relativa (RSI) está em 37,82, indicando estabilidade, enquanto o MACD (Média Móvel de Convergência e Divergência) mantém um viés negativo, o que sugere que a pressão de baixa ainda não desapareceu. Para ver uma recuperação mais estável, o BTC precisa se manter acima da média móvel simples de sete dias, que atualmente está em US$ 110.164.
Outro fator importante é que, neste ano, as empresas e fundos estão acumulando Bitcoin a uma velocidade quatro vezes maior do que a taxa de mineração. A Satsuma Technology, por exemplo, já possui 1.148,65 BTC, solidificando a visão do Bitcoin como uma reserva de valor.
O mercado de ETFs também está mostrando uma força considerável, com o Calamos Bitcoin ETF alcançando a marca de US$ 4 bilhões em ativos. Ao todo, os ETFs de Bitcoin já receberam US$ 55,2 bilhões em aportes no ano, aumentando a demanda e diminuindo a oferta no mercado à vista, o que em parte ajuda a compensar a saída de investidores de varejo.
Cenário macroeconômico que favorece os ativos de risco
O ambiente global também está ajudando na recuperação do Bitcoin. Segundo André Franco, CEO da Boost Research, os mercados asiáticos abriram com resultados mistos, mas o otimismo sobre a expansão econômica e a evolução da inteligência artificial estão alimentando o apetite por risco. O dólar se desvalorizou, o preço do ouro subiu e o petróleo teve uma leve queda, em parte devido à expectativa de que o Federal Reserve possa reduzir as taxas de juros em setembro.
Hoje, as previsões indicam uma probabilidade de quase 90% para essa redução. Essa possibilidade melhora a liquidez global e favorece ativos como o Bitcoin. Franco observou que esse ambiente propício pode sustentar ou até impulsionar o BTC, contanto que os dados de emprego dos EUA não alterem essa visão.
Entretanto, alguns analistas fazem um alerta. Para Alex Adle Jr., da CryptoQuant, a zona de suporte mais próxima permanece entre US$ 100 mil e US$ 107 mil. Essa faixa é onde se cruzam o preço realizado e a média móvel de 200 dias. Caso haja uma quebra para baixo, a próxima linha de defesa estaria entre US$ 92 mil e US$ 93 mil, refletindo o custo médio de investidores que mantêm moedas por um curto período.
Ouro perde correlação com o BTC
Um ponto interessante foi levantado por Paulo Aragão, fundador do podcast Giro Bitcoin. Normalmente, os fluxos de capital para ETFs de criptomoedas, especialmente Bitcoin e ouro, tendem a se mover em direções opostas. No entanto, desta vez, ambos mostraram sinais de fraqueza ao mesmo tempo. Aragão acredita que isso reflete a incerteza na política monetária e as dificuldades do Fed em lidar com uma inflação estável enquanto enfrenta um mercado de trabalho debilitado.
Willy Woo, um analista respeitado, aponta que os riscos ainda permanecem altos. Ele destacou que o sinal de risco negativo do Bitcoin entrou em uma fase crítica pela primeira vez desde abril, o que indica uma instabilidade. Woo sugere que, enquanto o sistema continuar mudando rapidamente, o potencial de alta ficará limitado, a não ser que o preço consiga retomar a liderança. Se o mercado se estabelecer, os testes de resistência podem voltar, mas, se não, uma nova queda pode ser iminente.